Mesmo depois de um dia incrível
Um dia em que a luta te ensina como caminhar
Às vezes, a gente entende que não é de borracha
Que o vazio que entra, de repente, no coração, preenche
E aí, a gente sente vontade de partir
Como um inteiro
Que, por falta de decifração, torna-se fração imprópria
E transparente: periodicamente dizimada
Um elogio a uma foto onde meu eu não mora,
Onde mora uma inquilina, irmã, amiga*
Infelizmente causa no meu não consseguir ser de borracha
Um ciúme que não conseguiu evitar a tentação
De pendurar no seu eu mais bonito
Uma placa de "Será que o você que me lê me vê?"
Ou outra placa de "Será que mesmo sem elogio, a foto onde moro
É capaz de tocar a semente do abraço-beijo
Plantada nas retinas do você que me lê?"
Quando noto que não sou de borracha,
Espero indícios do desejo do você que me lê
Sou capaz de suportar as intempéries da distância,
Do segredo, da discrição, do tempo contado
Mas, o meu ser capaz, que não é de borracha, também precisa ser adubado
Com pistas dadas por você
De que a foto onde moro não precisa ser elogiada
Porque o você que me lê prefere
Elogiar a companhia do meu eu
Desalojado das fotos
Do meu eu que ele acha bonito
Com a intimidade da conexão telepática
Da qual o"Like" não consegue encontrar o rastro
* Fotos são casas nas quais conseguimos ser somente inquilinos
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