1 de janeiro de 2021

Ano Novo secreto, vacina e sina

 



Se nesse Ano Novo,  toda máscara puder ser fora jogada,

Haverá lugar para os rostos?


E se toda ruga ou marca puder ser apagada

Haverá lugar para o tempo?


Fingimos querer a cura,

Mas como aceitar a cura

Sem aceitar do outro a procura?

E sem aceitar da procura

o por do sol, a loucura?


A vacina virá

Mas, o maior legado deixado pra nós

Pelo abnegado ano passado

É entendermos 

Que não cabe a nós vaticinar

Prever o que vai ser do eu, do outro

Do ceú ou do inferno


Que a cura e a vacina

Ativem em nós o desejo de deixar viver

E não a sede de cancelar o que é diferente

De cancelar até que só sobre o eu só

Em seu sobrado sem teto


A mão que vai nos vacinar

Não seja a mão invisível do mercado

E que a cura pra pandemia

Liberte o mundo da sina das grandes fortunas

Pra que seja finalmente libertada dos campos de concentração

a potência dos sonhos

das Áfricas em transe que moram em cada continente


Que os fogos de arte e ofício

Ao brilharem no piscar de olhos dos sinos,

Denunciem o Ano Novo Secreto que mora em todo ano novo

Plantando o solo onde a única fome que existirá

Será a de abraços

Que, independente de va(CS)ina,

Vencem as flores de aço e cansaço


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