4 de abril de 2017

Quem se lembra do orelhão? Quem lembrará do uber? E do aniversariante?

The call

Photo credit: P!XELTREE via Visualhunt.com / CC BY-NC-SA


O orelhão, um tipo de cabine telefônica popular no século XX, foi uma invenção extraordinária da sino-brasileira Chu Ming Silveira (1941-1997).

Mas, não é por que o orelhão foi algo bacana que o Congresso Nacional deva proibir o Whatsapp de existir e decretar o retorno triunfante de seu ancestral

Gostaria de saber se aquele que amo votaria pela minha extinção no plenário da Câmara

Ou se escreveria um Projeto de Lei que só me permitisse existir em sua vida de acordo com os seus parâmetros: de acordo com o que lhe é conveniente

Antes mesmo de o Projeto ser enviado ao Senado, seu autor está enchendo-o de emendas com o objetivo de me convencer que sou desimportante pra ele
Quantos orelhões são necessários pra negar um grande amor?

Me pergunto quem terá inventado a vela de aniversário
E quantos ventos são necessários para inflá-la e fazer o barco andar

Em outubro, esperei que você me desse os parabéns e fui vetado por uma frente fria
Que teu coração fez um esforço tremendo pra gerar
Ou então você é caloroso com todos e guarda para mim suas intempéries

Ver tuas mãos trazendo o bolo para quem você considera importante; a vela em chamas
Incendiada pelo teu sorriso...
Esse calor humano reacendeu o frio do teu gesto de outubro

Estou entristecido, mas felizmente
Não estou me sentindo culpado por ter sido colocado na quinta divisão dos teus afetos

Te ver chegando, cabelo novo, meu labrador meio desengonçado e fofo, trabalhador admirável

Me encanta, até que achas uma brecha pra decretar meu encanto inconstitucional e me dar de beber impeachment em gotas em vez de cerveja

Sinto tanta saudade de ti, uma saudade com a asa ferida por um silvo longo e silencioso

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