16 de abril de 2017

A primeira vez do Ressuscitado


Photo credit: Anboag via Visualhunt.com / CC BY-NC




A força da ressurreição faz o ser humano desistir de lavar as mãos
E preferir mergulhar de corp’alma
A pedra do sepulcro é esmigalhada pela bomba que explode de dentro pra fora
Curando todas as feridas

A força da ressurreição dissolve a miopia do tempo
Abraão, Santa Bárbara, Luther King, todos sentem igualmente a luz do amor
Que a morte não conseguiu conter

O sepulcro é como uma semente, lançada no terreno mais frio, escuro, seco e pedregoso
E quem pode impedir que esta conheça o verdadeiro amor, sem “se” ou “talvez”?
Ela, a despeito das circunstâncias funestas que a envolvem
Foi regada por dentro por uma tempestade de águas tranquilas
E germinou um dilúvio de luz
O amor é uma colheita de ressurreições plantada dentro da semente

As pedras da corrupção, da deselegância, da insinceridade, da truculência, do deboche
Não conseguem trancar o sonho dentro de um sepulcro
O sonho está se reescrevendo e a tinta da pena não é nem azul nem vermelha
O sonho está se reescrevendo sem qualquer pena ou pesar
Pelas asas do Espírito, o mesmo que ensina o caos e o remanso a namorar

Meu amor, os meus trinta e poucos, ou tantos, hão de ver pulverizada a pedra sepulcral
Que insiste em separar a minha primeira vez da sua

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