Foto: Karla Vidal |
Desejei teletransportar uma entidade do sistema “S”
De Casa Amarela para Casa Caiada
Quer saber por quê?
Por ciúme
Porque queria que você quisesse ser achado bonito por mim
E você aí, achando que meus elogios são brincadeira
Que eu sou uma alma zombativa
Não adianta fingir que não é contigo
Porque meus olhos te acham lindo com olfato e audição
E sentem falta de um futuro onde poderão te achar lindo com tato e paladar
Não me enxergo e, por isso, desfilo nu aqui nesta poesia
Em busca da safadeza cortante que mora nos teus olhos semi-cerrados
Meu sexto sentido me diz que quando eu ficar cego, surdo e incapaz de mudar
Ainda assim, poderei pedir a minha língua para traduzir teu corpo para o idioma
Que todo ser humano conhece,
E, quanto mais conhece, menos sabe o que dizer
Gasta até tua última seta comigo
Porque posso ser doutor,
Mas, nenhum diploma faz meu coração bater
Como quando recebo uma mensagem tua
Problema seu se acha ruim que eu te ame em segredo
Problema seu estar perdendo tempo de me abraçar em segredo
Meu cafuné não está preocupado se você vai cortar ou não as madeixas
O que ele quer é permissão pra voar por dentro dos teus cabelos
Em busca de orvalho
Você vale o risco de eu me perder nessas paragens
Tudo o que escrevo sobre ti não vê a hora de ser
Capaz de dormir no teu colo
Quero que, agora que acabou o dia da mentira,
Você diga com tua voz calada de tanto
Andar pelos meus versos
Que não tem nojo, ou medo, de mim
Andar pelos meus versos
Que não tem nojo, ou medo, de mim
Pra que teu carinho bata à porta do meu zap, derretendo minhas prisões de insegurança máxima
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