23 de abril de 2017

A tribo da "chota" e o pau nosso de cada dia


Photo credit: Jim Nix / Nomadic Pursuits via Visualhunt / CC BY-NC-SA


Não pertenço a nenhuma tribo
Não sei usar arco, flecha, espada
Só uso muito mais ou menos o chapéu mágico de Presto

Vou embora um pouquinho pra sempre
Deixar de roubar o seu tempo respondendo meu zap
Tempo que você pode utilizar melhor
Caçando alguma mulher do sexo feminino e que tenha “chota” em vez de ânus,
“chota” em vez de boca,  em vez de olhar

Vou ter aulas com Salvador Dalí e  com o antípoda de Pigmaleão
E construir uma obra SUSrrealista: só “chota”
E condenená-la à tortura eterna de me ouvir  cantar O Pai te ama

Por que, afinal, o que resta ao macho a não ser provar que o mundo
É indigno de homens e de mulheres,
Que o mundo deve ser reduzido a um campo de tortura de “chotas”?
E, no teatro do absurdo,
Provar que o gênero Macho (seja hetero, homo, vegetal ou mineral) é o único que deveria existir
Reduzindo os cinco sentidos do corpo a um único: o de ser todo “chota”,
Cu ou Caralho


Faz sentido?

E depois da caça, sem precisar ir a nenhum baile de favela,
Empalhe a “chota” dela ou dele e pendure na porta dos fundos da sua oca...
Cabeça

Como homem, você é lindo, bom e justo
Mas, como macho, um sequestrador
Liberte quem amo do cativeiro de si mesmo

Posto que a doçura dele faz falta na grande tribo do mundo

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