30 de setembro de 2015

Sobre o sentimento, a espada e as crises de falta de ar de Guilherme Tell

Gravura ilustrando o arqueiro Guilherme Tell




Aula de Katana com Guilherme Tell 

Por Kleto Vide


Ao teu lado seria um ótimo lugar para o sinto-me estranho ficar à vontade
Treino com espadas que martelos de vento e lágrima não param de forjar
Afinco em aprender a arte de tornar-me indefeso

Foge-me o ar neste exato agora
Que teu abraço me embainhe e teu beijo me desafie
Só quando sou desafiado por tua companhia
Torno-me capaz de abalar as cortes

Mesmo sendo corte cego, em ti confio  

Teu sorriso tímido tenha força para cultivar a descortesia
O suficiente
E assim trazer oxigênio para o atrofiado pulmão da conveniência
Vontade de vento, afinco. Agora me desafie

Só tu és capaz de me abalar
De reinaugurar minha respiração
Mais profunda, a fim de furtar a camada de ozônio
Para mobiliar o fôlego dos anárquicos

Mas, antes da mudança chegar
Empresta-me teu fazer amor
E embala-me em teu abraço concha
Até eu esquecer o máximo que for possível
Que os alicerces dos sete mares ruíram

Teu Até Segunda me protege

E, graças a Deus, o futuro sem ti está por um fio


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