O "bom" e velho curtir do Facebook... Revelando instintos fascistas que, sob o aval das grandes massas (10 curtir no Face já representam para alguns institutos de pesquisa uma multidão maior do que aquelas que aclamam os discursos do ditadores), vendem-se como a descoberta da pólvora. E quantos curtidores do Face nem sabem quem foi Vasco da Gama e atribuem a descoberta das Índias a Jair Bolsonaro?
Um “curtir” para Bolsonaro, que descobriu o critério
infalível para definir quem é gente! Tomara que o Ministério da Educação reserve
cotas na Universidade para os “não-gente”. E, do jeito que as coisas vão, logo
chega o dia em que, antes de sair de casa, teremos de marcar uma das seguintes opções:
() Brancos
Pardos ()
Negros ()
() Não-gente ()
Homossexuais ()
Pelo amor de Deus, que volte a figurar nos questionários a
opção “Outros”, antes que seja proibido pelo Estado “laico” o uso das
palavras Deus e amor e sejamos obrigado a resumir o fogo de nossas interjeições
a “Putz!”. Nem isso, porque como revelam os anúncios de jornal, instituições de
“apoio à vida” estão querendo varrer da face da terra a palavra “puta” e
tudo que a lembre.
E, como é sabido por quem bem o sabe, marcar um xis não deixa
de ser marcar uma cruz, pois a cruz é um xis que desfila na passarela das "certezas" com a postura “correta”.
Quanta fome e sede de “justiça” contida no martelo das
feiticeiras, que se esconde no "leve" e “virtual” botão do curtir. Como é sabido
por quem bem o sabe, não são muito agradáveis os significados que o dicionário
reserva para a palavra “curtir”, significados ligados a procedimentos químicos
de tortura impostos a materiais que se deseja conservar, a exemplo do couro.
Por trás do botão curtir mora um duplo clique: o desejo de
conservar algo (uma ideia, uma imagem, por exemplo) e o desejo de torturar
alguém. Mas, não serei injusto, pois há também uma cota de “curtir” reservada à admiração sincera...
Quantos cidadãos de “primeira categoria” não sofreram por
não ter podido dar um curtir na campanha Pernambuco
não te quer, promovida pelo
Instituto “Pró-vida”? Campanha que revela a obsessão crescente pelo sistema de
cotas, cuja face obscura é a hedionda tendência de querer reservar cotas,
definindo quem teria ou não o direito de ser tolerado.
E é bom nos acostumarmos a ser tolerados, porque o direito
de existir vem se tornando artigo raro e os direitos a personalidade e
dignidade espécies em extinção. Mas, felizmente, não há extinção que não possa
ser revertida e curtir que não possa ser desfeito.
Sobre O Martelo das Feiticeiras - O Martelo das Feiticeiras, chamdo em latim de Malleus Maleficarum é um tratado publicado em 1487. Sua ambição foi a de ensinar os oficiais da Inquisição a reconhecer as bruxas e como elas mascaram suas ações. Ambicionava também explicar e classificar os tipos de malefícios realizados pelas feiticeiras. Na terceira parte, o tratado almeja ser um tipo de código de processo penal, determinando as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas. Neste sentido, busca listar os tipos de tortura a serem consideradas "legais".
Pergunto-me quantos que se dizem "pró-vida" não têm buscado fazer de "ingênuos" meios de comunicação como o botão curtir e publicidades "despretenciosas" versões contemporâneas do martelo das feiticeiras.
Sobre O Martelo das Feiticeiras - O Martelo das Feiticeiras, chamdo em latim de Malleus Maleficarum é um tratado publicado em 1487. Sua ambição foi a de ensinar os oficiais da Inquisição a reconhecer as bruxas e como elas mascaram suas ações. Ambicionava também explicar e classificar os tipos de malefícios realizados pelas feiticeiras. Na terceira parte, o tratado almeja ser um tipo de código de processo penal, determinando as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas. Neste sentido, busca listar os tipos de tortura a serem consideradas "legais".
Pergunto-me quantos que se dizem "pró-vida" não têm buscado fazer de "ingênuos" meios de comunicação como o botão curtir e publicidades "despretenciosas" versões contemporâneas do martelo das feiticeiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário