Li num desses livros que nunca foram escritos
Que o sol é uma vela e a Terra um bolo de adversários
Fatiado por contendas
Cheio de casas, tendas, ocas e também de cabeças ocas
Mas, quando saio pra navegar com você,
A Terra se torna, ao mesmo tempo, barco e oceano
E seu olhar consegue ser farol, vela e tempestade
As pessoas costumam julgar quem está dentro da caverna de Platão,
Más, mal sabem elas que conseguimos ser quem está dentro
E quem está fora da caverna
Porque o resumo da vida é fugir de e voltar para nós mesmos
E, boa parte do tempo,
As pessoas se amam platonicamente
Amam-se sem se poder tocar
Enlaçadas mentalmente por uma música que toca no Deezer
Numa língua de fogo que não se sabe o que diz
Abraços, beijos:
Boa parte do sentido desses gestos se concretiza
Á distância quando a solidão nos desafia
Até o cheiro consegue se revelar quando se veste de lembrança
Não tenho medo das sombras da caverna
E é escolha minha treinar em você
A mira secreta do meu olhar apaixonado
Escolho você pra ser o portador da chave
Do meu ficar e do meu ir embora
Eu amo
E, por isso, condeno você a ser livre
Para escolher qual dessas portas abrir
É com você que meu desejo consegue esquecer
Que é um mendigo vestido de ultraje no meio da festa
Não tenho a receita para desfazer
A atração que sinto por suas cavernas,
Seu corpo e seus corpos cavernosos
Admiro a cidade-luz,
Admiro as tavernas,
Mas, continuo a ter ciúmes da França
Mesmo quando entro fora do tempo,
Você continua sendo um presente
Que vale mais do que ganhar
É você que escolho pra começar
A ouvir minha canção de amor
Antes de eu começar a cantar
E depois do último acorde
É com você que gosto de acordar
Dentro e fora do sonho
É com você que quero dormir
A insónia da realidade
Agradeço aos dias por serem ponte
Para meu reencontro com você
Obrigado, esperança,
Pelas vitórias de quem amo
O dia em que você chega ao mundo
É também dia de Nossa Senhora
Fico feliz por você me convencer,
Sem palavras ou pódios,
De que faço/fiz/farei (?)
Parte do que não parte ou se parte
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