O hábito de escrever me faz pensar na hipótese de que escrevo bem
Chego a acreditar que sei o que vou dizer quando a página em branco me convida
A entrar pela única saída que pareço ter
Mas, não consigo saber se o que escrevo é errado o suficiente ou certo o bastante
Mesmo assim, fico feliz em acreditar que o incômodo poético que
Eu possa secretamente causar não impeça seu retorno de querer tornar a me ver
E que você, mesmo quando esteja revoltado, siga plantando a semente
Da minha companhia no solo onde seu peito aceita que a maçã do meu rosto
Encosta para germinar, topando, pra isso, escalar qualquer montanha
Ex-calado, sinto vontade de abraçar você: com e sem abraço
E todas as outras formas de carinho: com e sem os sete sentidos
Na verdade, amo todas as suas voltas
Com todas as instabilidades meteoro(i)lógicas que elas possam conter
Fico feliz que sua rosa de ventos tenha voltado a soprar
Onde a brisa oriental é pura
E que suas voltas e revoltas
Ajudem a cicatrizar o que me desoriente
É meio tenso, mas tem sol e me excita bastante ser reescrito pelo crivo do que inventas
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