Parecia uma flor - Foto by Karla Vidal
Acho que sofro de insuficiência de mim: crônica, contística, fílmica, novelística...
Mas, assim mesmo, insuficiente, tenho um coração que não quer desistir
De queimar as largadas ou perder a corrida pra ter sua presença ao longo do percurso
Por mais firmes que sejam minhas bases, quando você chega, sem perceber, eu levito
E as condenações do Levíticos se desescrevem
O meu estar presente se torna cada vez mais ultrapassado quando sua presença
Desmente a teoria dos conjuntos:
Mesmo disjuntos, nós temos pontos de união e intersecção, e, se for pra ter
O vazio como sub ou sobreconjunto, é você o vazio que quero que me preencha
Sei que cada baile que travo ou cada luta que danço são sobre mim,
Mas, também é sobre mim não ser capaz, propositalmente,
De querer que deixemos de ser presente um para o outro
O ciúme é um efeito colateral inevitável do que não tem remédio e segue irremediável:
A procura por você, que não canso de reencontrar
Por mais que eu evolua, meu sol quer recostar
Seu nascer e seu se pôr no horizonte do peito
Do você que escolho colher, mesmo em suas fases desérticas
Até quando você me chateia, a segunda voz do coral do meu ser
Agradece por você existir
E a primeira voz é amar você em silêncio pra todo mundo ouvir:
Meu desejo por você não precisa de desespero nem de guerra
Porque sinto
Que meus dias são como campos minados de horas marcadas
Pra estar com você, independentemente de a França pedir
Pra apagar as luzes da cidade ou as reluzes do firmamento
Minha falta de tato não quer desistir de, de alguma forma, tocar você
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