16 de fevereiro de 2023

Poema sem título novo 1




                                                            Foto: Karla Vidal



Estou trabalhando no projeto de um novo tipo de namoro

Onde a troca de presentes não precise ser mais que perfeita

E o tempo deixe de ser moeda de troca


Nosso empreendimento já sai na frente

Porque conseguimos nos dar as mãos através do olhar

E nos inundar através das mãos


Minha visão periférica faz de conta que não está olhando de frente pra você 

Mas, quando se trata de te admirar sou como ciclopes

Porém, mesmo sendo obrigado a surfar às cegas em vendavais

 Nunca seria capaz de acreditar que você se chama Ninguém


Meu corpo vive cheio do pólen que sai da tua Rosa ciclônica 

E fabricar mel é um jeito de encontrar teu beijo onde não estão seus lábios


Quando te chamo de Você, o pronome vira nome próprio

Minha perspicácia fica quase à vontade pra se sentir idiota

E meus receios ficam prestes a desaguar Via Láctea

Qualquer um dos meus incômodos estará pronto pra você chegar e descansar


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