25 de outubro de 2020

Poema da volta à vida quase normal

 

Foto: Cláudio Eufrausino


Acho que estou pronto pra desejar Feliz Ano Novo 

Por cada ano em que ainda não o conhecia 

E por todos os anos futuros

Em que te reconhecerei


Estar longe-perto de você

Faz muito do peso do passado criar asas de beija-flor


Seu carinho misterioso e prático

É como um chero aliviante

no equador da minha bochecha

Ou um nó de liberdade de amar

Na rendição escondida em meu cangote


Não quero me tornar só mais uma estatística da sua saudade

Ou um algoritmo da sua rede

Mas, assumo o risco de me tornar invisível

Vendo você feliz de volta ao mundo quase normal


Cada hora com você

É uma metáfora despretensiosa do para sempre


E, no abraço desse você que me lê,

Posso dizer à queda que ela não precisa ter pressa de cair

E ao levantar que ele não precisa ser preza do medo de se erguer


E pensar que a luz da imagem que abre essa postagem

É só um decalque da luz que se encontra

No você a quem se quer bem


Não quero ir embora de você nas próximas três eternidades








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