18 de agosto de 2014

Poema do primeiro sentido: tato



Fonte da Juventude
Foto de Karla Vidal


Tato
Por Cerevenise Stür


Quem gosta dos que sonham?
No meio deste bombardeio sem pipoco, 
Desta guerra glacial,
Quem há de suportar se ver um corpo a céu aberto
Que contempla os sonhadores refugiados?

Deus, dá-me uma beira de refúgio, de sonho
Mas, vence em mim o dom de fugir
Meu tato não achou vaga na hospedagem do toque
E meu olhar foi desabraçado por tuas redomas
E peço a Deus, assim mesmo (graças a Deus)
Que minha oração consiga se infiltrar
E, como uma espiã, cative em ti os olhos
Do Divino Espírito
E que a beleza de Nossa Senhora
Habite todas as estações do teu semblante

Sei que não são palavras
Quem nos estende a mão na travessia
Do precipício
E não é a poesia que
Garante um amanhã melhor que o outro

Nada garante o amanhã
Mas, prefiro ensinar minha esperança
A ter fé no amanhã
Por meio de gestos e palavras de amor
Do que ensinar meu amanhã a
Perder a fé na esperança
Por meio da guerra

Meus abraços e beijos: passagem só de ida
?
!

Amor, meu peito se abre...
Se hoje não pude te demonstrar
O quanto minha complexidade
Quer teu bem por excesso (como um inúmero)
E, por falta, como um grão de pósitron

Saiba que tu tens meu amor
Não só como prova, mas também como postulado
E como aporia e voltava
Meu bom dia, quer sonoro quer tácito,
Seja os pés da cruz onde todo mal que te quiser atingir
Rompa o casulo, crie asas e vire borboleta que se deixe chover
Sobre o mundo inteiro

Meu amor, vou ali dormir um pouco
Me acorde, de vez em quando, pro teu ser feliz

Que teu ser feliz não seja o peso da constância,
Da monotonia
Que seja o mergulho de uma brisa
No colo de um abismo onde
Quedas ou tropeços façam-se luz
E oportunidade
Metáforas desenhadas pelos anjos
Para dar face à contradição e

Disfarce ao amor, à alegria e à paz

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