3 de maio de 2014

A quens amo: inspirado por Mário Quintana




Vesti um terno de sonho
E cheguei ao meu destino a bordo de uma carroça de branco
(Eu que tenho sido uma peça de á(i)s e branco num jogo trancado)
E atravessei o em vão, desviando de todos
E esbarrando em muitas solidões
A cada tropeço, o sol do meu caminhar queria se pôr
Senti saudade de calar em francês
Cada vez que ouvia tua voz
Vestida de porta fechada
Eu era um cavalheiro e seus segredos
Terno cor de névoa, terço de cristal no bolso
Tentando partir
Mas, a festa saiu antes de mim
E nos deixou a sós
Foi quando te apaixonaste por mim
Não do jeito que quis, sonhei ou pensei
Te apaixonaste por mim com toda a tua falta de jeito
E era isso justa e injustamente que eu buscava
Um convento esperava pelo retorno do meu vórtice cardíaco
Que deixaria cair um rosário por entre a fenda de mim partido ao terço
É difícil te esquecer porque teu rosto
Quanto mais ensaia o esquecimento, mais lindo se torna
Mais marcante: uma gravidade alada que caminha sobre mim calçada de luz descalça
Quando teu sorriso me tirou pra dançar
Todos os elogios se reduziram à timidez do teu olhar
Todos os meus rostos se resumiram a um Eu te amo e ao desejo de me esqueceres bem devagarinho


E pensando lá com teus botões de rosa: Faça o bem sem olhar aquém

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...