Uma vez, você me perguntou porque eu postava garrafas poéticas no mar
Não sei a resposta, mas arrisco dizer que as pessoas fazem isso
Para que os pássaros que trazem no coração possam sair das gaiolas
E navegar pelo mundo ânfora em busca do que possa manter viva e ressuscitada a sede
Quem lança garrafas ao mar quer desmascarar todas as âncoras
Tornando-as Ancaras lindas e de inquieta paz
O turbilhão do mar não deixa de ser uma roleta
Onde lanço a aposta de que você vai ler minhas garrafas
Uma aposta que nunca vou perder
Porque o objetivo nunca foi propriamente eu ser lido,
Mas é você ser amado
Em vez de presentes e exposição nas redes
Te dou, hoje, segredo e ingresso para sair da zona de conforto
Aceito namorar com você retroativamente
Conhecer você em todas as vidas
E reconhecer você quando o tempo perder a razão de existir
Espero que você aceite dormir no incômodo poético que causo
Porque, mesmo de longe, quando o bater do meu coração vê você
Faz o mar se derramar para amortecer a aterrissagem de minhas garrafas poéticas
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