15 de março de 2017

Antídoto para o assédio e para o despotismo



Foto: Karla Vidal



Lembrar-me de quem amo me traz força e doçura suficientes para enfrentar a opressão de quem pensa estar a altura dos deuses

O amor nos dá mais poder do que quem tem poder jamais poderá supor

Altares não são mais necessários depois que se chega à idade de Cristo

Não é na anulação do outro que descubro com o que o respeito parece

Prefiro que o respeito se pareça com a noite em que poderei sentir os cabelos da minha costeleta suarem na sauna do teu peito

Teu zap cicatriza a partitura dos meus corações: o do corpo, o da mente e o do espírito

Sou mais sereno contigo e minha mão toca a tua desmentindo as léguas submarinas

E as distâncias interplanetárias

Estou rezando para que voltes para perto e para que teu trabalho seja o mais confortável possível

Ou até para que você se mude se o teu ser feliz precisar disso para brotar

Quem sou eu para monopolizar tua carícia quando há tantos desertos no mundo precisando de tuas técnicas de jardinagem?

E tantas músicas com saudade de teus passos de dança

Mas, devo confessar que me assusta deveras a ideia de pensar em tua bochecha fazendo suar outra que não seja a minha

Ou teu beijo visitando outra nuca em vez de preferir a minha sempre

Depois de escrever estas palavras pra ti, me sinto mais forte pra amanhã enfrentar a classe dominante

Agradeço a Deus por você ter acampado na minha inspiração

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