13 de março de 2016

O zap e a flecha sem alvo

Fonte da Imagem: Significado de Tatuagens

Flecha
Por Linav Koriander


Vestígios de afeto naufragando num mar de invisibilidade que olhos exponencializados
Podem ver a anos-luz de distância
Capturado por redes sócio-solitárias
Esperando que você não tenha vontade de adiar o dia do seu nascimento
Pra que eu perca o paradeiro da festa.

Daqui a pouco me sentirei jovem, vestido de tempo perdido
Daqui a agora me sinto um velho com a pele de recém-nascido
Flor prematura que, antes dos frutos, liga o botão de ejetamento e faz voar pelos ares
Sementes de nunca mais
Pra deixar claro que não me ama, o olhar de quem me é caro optou por me enxergar
De dois em dois dias
Olhar sem direito a voz, equilibrando-se no estreito que separa os canyons do adeus ardente e do abraço frio

Espero que as atualizações da minha janela me tragam um Meu amor
Cuja escritura de posse seja, por Deus, apócrifa
Bárbara como o prazer que escolhe a hora exata de hesitar
E, untado em paradoxo, chegar ao clímax amparado pelo acaso e desatinado pelo destino

Rouba de minhas flechas o alvo
Porque teu beijo é a única coisa que precisa me atingir nesse momento

E o amor não se precisa atingir
Nem se beber (ins)tinto
Quem dirá extinto

Não consigo mais ser inteligente e inédito
E ter à disposição o tempo inteiro a palavra que teu coração precisa
Ou o trago de futilidade que tua mente carece pra descansar
Mas, posso ser o avião em pane que teu melhor salto de paraquedas
Emprestou a teu desejo de dormir tranquilo

Quando minha presença não for capaz de te excitar
Que meu carinho semi-distante te incite a pelo menos fingir
Que o mundo merece tua atenção e tua resposta
O mundo fora do burgo-zap

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