19 de outubro de 2009

Poema de hoje escondido na poesia de um ontem


Foto: Cláudio Eufrausino



Escrevi essa poesia em 18-06-2021

Escondi essa poesia em 19-10-2009, um ano antes do primeiro texto que escrevi nesse blog

(Que continua se chamando Acedia por força de expressão, 

mas contém agora mais a chama da alegria)

Escondi essa poesia num lugar que só o você que me lê vai ser capaz de reencontrar


Resolvi chamar você de "o você que me lê"

E espero que sua memória entenda o porquê

Fico feliz de ter chegado o dia de ter tido coragem de escrever essa nova origem


O que eu sinto não é feito de etapas

Ou, talvez, seja feito de uma só etapa,

Que é poder viver o que der e vier, perto-e-longe,

De você que em vez de ser acentuado com um circunflexo

É acentuado com asas de arcanjo agnóstico


Tem muita coisa escrita pra o "você que me lê",

E eu fico muito feliz de ter a oportunidade de aplicar a técnica do amor em você

Só pra perceber que a técnica de amar não segue roteiro

É a alforria da própria liberdade


Cada vez que você chega,

A minha alegria treme de alma

As inércias se transformam em impulso

As hipérboles conseguem respirar calmamente


Sua presença perto-longe de mim

Faz o índice de indeterminação da existência

Se tornar um abraço seguro


Depois que você chegou 

Vi que os homens anteriores eram uma porcaria

Não é exagero: é constatação

Não é que eu esteja cego aos seus defeitos

Simplesmente, seus defeitos são tão especiais pra mim

Quanto os efeitos

Você é o homem com quem me sinto mais livre


É você que escolho pra me buscar na porta do passado

E pra relembrar comigo o futuro


Poder fazer parte da sua história,

Me faz ver que o para sempre pode se revestir de papel de presente

E se despir de toda culpa


De vez em quando, em algumas datas especiais,

Incluindo as que eu inventar,

Quero escrever pra você

Não só com palavras

Mas com meu corpo, meus silêncios e gestos


Ia terminar, chamando você pra voar

(Eu com minhas asas tortas de Garrincha)

Mas, lembrei que você tem asas

Então, vou te chamar simplesmente pra continuar comigo,

Seguindo por onde as asas não precisam de voo

E os voos não precisam de asas




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