Escrevi essa poesia em 18-06-2021
Escondi essa poesia em 19-10-2009, um ano antes do primeiro texto que escrevi nesse blog
(Que continua se chamando Acedia por força de expressão,
mas contém agora mais a chama da alegria)
Escondi essa poesia num lugar que só o você que me lê vai ser capaz de reencontrar
Resolvi chamar você de "o você que me lê"
E espero que sua memória entenda o porquê
Fico feliz de ter chegado o dia de ter tido coragem de escrever essa nova origem
O que eu sinto não é feito de etapas
Ou, talvez, seja feito de uma só etapa,
Que é poder viver o que der e vier, perto-e-longe,
De você que em vez de ser acentuado com um circunflexo
É acentuado com asas de arcanjo agnóstico
Tem muita coisa escrita pra o "você que me lê",
E eu fico muito feliz de ter a oportunidade de aplicar a técnica do amor em você
Só pra perceber que a técnica de amar não segue roteiro
É a alforria da própria liberdade
Cada vez que você chega,
A minha alegria treme de alma
As inércias se transformam em impulso
As hipérboles conseguem respirar calmamente
Sua presença perto-longe de mim
Faz o índice de indeterminação da existência
Se tornar um abraço seguro
Depois que você chegou
Vi que os homens anteriores eram uma porcaria
Não é exagero: é constatação
Não é que eu esteja cego aos seus defeitos
Simplesmente, seus defeitos são tão especiais pra mim
Quanto os efeitos
Você é o homem com quem me sinto mais livre
É você que escolho pra me buscar na porta do passado
E pra relembrar comigo o futuro
Poder fazer parte da sua história,
Me faz ver que o para sempre pode se revestir de papel de presente
E se despir de toda culpa
De vez em quando, em algumas datas especiais,
Incluindo as que eu inventar,
Quero escrever pra você
Não só com palavras
Mas com meu corpo, meus silêncios e gestos
Ia terminar, chamando você pra voar
(Eu com minhas asas tortas de Garrincha)
Mas, lembrei que você tem asas
Então, vou te chamar simplesmente pra continuar comigo,
Seguindo por onde as asas não precisam de voo
E os voos não precisam de asas
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