18 de julho de 2024

A pergunta da poesia que não quer calar

 


Colagem - Karla Vidal


Sinto um certo medo de a gratidão ser o antônimo de nossas mãos entrelaçadas

Quando nossas lutas se encontram, a lua brilha com luz própria

Na realidade, meu sonho espera você chegar pra dormir junto do seu peito


É muito bom descobrir que, cada vez que você existe pra mim e não desiste de mim,

Um dia do meu passado reconhece luz 

Um dia do agora se faz presente

E um dia do amanhã se refaz


A raiva que às vezes chega de passagem

O ciúme que sinto do sul da França

Nada disso diminui a vazão de para sempre

Da cachoeira que dá asas de Será [ e Foi e É] ao que sinto.



Acho bonita a voz que sem falar me mostra você

Quando a poesia me pergunta onde está meu amor









4 de julho de 2024

A senha de acesso à chama

 


Foto de Karla Vidal na Unsplash


Se você soprar a poeira da minha chateação esporádica,

A alegria de reencontrar você vai estar ostentando sua reluzente discrição

E, se você polir minha armadura, vai perceber que meu corpo arde sutilmente

Só você tem a senha de acesso a minha chama, meus chamados e minhas declarações invisíveis


Só perto de você eu consigo tremer de calma

Conheci você bonito

E reconheço você lindo: com bocejo e tudo

Se meu silêncio brigar com você

Se meu passado, sem querer, projetar em você algum medo dele,

Não desista de lutar por mim

Com as armas do não ir embora


Você conta comigo

Ver você revestido de cotidiano 

Acende o desejo da minha chama

Minha poesia tem coragem de ser falha

E abalo sísmico quando está perto-longe de você

Você  fica charmoso quando pega no sono

E, mesmo assim, não me perde de vista



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